Após alguns anos como membro de igreja e outros como obreiro passo por um momento de ostracismo, onde revejo meus princípios e valores. Algumas pessoas alegam que estou desviado, outras que estou confuso e até já me falaram que estou mesmo é doente. Assim sendo segundo a opinião alheia não sei o que tenho, mas independente disso vou expor o que vi e ouvi nos últimos anos:
Muito pouco tenho escutado sobre a importância da cruz na vida de uma pessoa, sobre o plano da salvação, sobre a graça, o perdão de pecados, a reconciliação com Deus, em sumo tudo aquilo que Cristo fez pelo homem ao morrer na cruz do calvário.
Muito pouco escutei alguém falar que os apóstolos sofreram por amor ao evangelho, quase nada escuto sobre Hebreus 11 – Os heróis da fé, que sofreram e até morreram por amor ao evangelho.
O que muito tenho escutado segue abaixo:
* Pregações de auto-ajuda, onde o pregador procura associar o evangelho a uma vida melhor (é preciso sempre ler sobre a vida dos apóstolos para se ter certeza do que é a verdade).
* Palavras de vitória, onde todas as dificuldades da vida serão solucionadas por um passe de mágica por Deus.
* Como realizar quebra de maldições, isso sempre se utilizando os textos do antigo testamento. Não sou especialista nisso, mas se acredito em maldição então terei que acreditar que tudo o que está escrito no Antigo Testamento é válido para a vida da igreja atual?
* Lembro-me quando era criança que só existiam pastores e esses andavam pelo meio da igreja conversando com os membros. Atualmente existem vários títulos (bispos, apóstolos, reverendo, até bispas – pelo amor de Deus não assassinem a língua portuguesa o correto é episcopisa, e etc.). E com alguns são tratados como verdadeiros artistas, outros são idolatrados. E algumas denominações o líder fundador tem poder papal, isso é, tudo o que diz vira lei, não pode ser contrariado ainda que todos vejam que está errado, isso é acreditar na infalibilidade humana. Na minha bíblia Deus utilizou uma jumenta pra ensinar ao profeta, o que quero dizer é que Deus usa quem ele quer e quando ele quer o mérito nunca foi e nunca será nosso.
* Eu não sabia que tantos textos bíblicos serviam para justificar a entrega de dízimo, oferta e algo mais. A partir dessa data vou passar a anotar todos os textos que são citados na hora do ofertório.
* Eu também não sabia que Deus passa a ter obrigação comigo a partir do momento em que eu entrego uma oferta especial ou até mesmo o meu dízimo. Numa linguagem financeira. Quando dou oferta ou dízimo, Deus passa a ser meu DEVEDOR. Logo eu posso cobrá-lo sobre essa dívida! Ele tem a OBRIGAÇÃO de me pagar. Não seria isso uma indulgência pós-moderna onde se tenta vender as bênçãos? (Como era realizado antes da reforma)
Com isso faço algumas perguntas?
O que as igrejas fazem com o dinheiro arrecadado? Evangelismo através da televisão? Construção de templos suntuosos? Campanhas políticas? Depois do Bispo Crivela que apareceu na mídia fazendo campanha para o miserável interior do nordeste brasileiro o que mais foi feito? Quantas pessoas seriam ajudadas se ao invés de programa de televisão ou templos se comprasse comida para quem tem fome? Estamos falando em milhões de reais gastos mensalmente. Sem contar que não se fala mais em missionários dentro das igrejas, ou quando se fala a quantia enviada para eles é irrisória comparado ao que é arrecadado.
Nunca tivemos tanta representatividade nos órgãos governamentais de evangélicos e o que efetivamente mudou no nosso país?
Analisando um quadro desse, minha fé fica como numa corda bamba, oscilando sobre o que acreditar quando escuto esses “pregadores” assumindo o papel de verdadeiros oráculos de Deus. Se não tivesse aprendido em casa o verdadeiro evangelho acho que já teria sido seduzido por alguma religião ocidental.
Que Deus tenha misericórdia de nós.
Sola Scriptura
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
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não sei mas tenho vergonha de me dizer evangélico depois de prostituirem tanto esse nome.
ResponderExcluirVc não é o unico confuso.
Só nos resta Jesus. E quem foi que disse que precisariamos de mais?
Boa sorte!