(Mais um texto que eu adoraria ter escrito)
Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo em que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada mesmo que distante
Porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Sejam apenas respeitadas, como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos.
Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que eu me lembro ter dado na infância.
Por que metade de mim é a lembrança do que fui,mas a outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria pra me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é a platéia a outra metade é a canção.
E que a minha loucura seja perdoada porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
quarta-feira, 18 de março de 2009
quarta-feira, 11 de março de 2009
Às vezes canso
Às vezes canso de viver por causa dos infortúnios
Às vezes canso de amar por causa das desilusões com as pessoas
Às vezes canso de sonhar pela falta de mudança
Às vezes canso de cantar, por falta música
Às vezes canso de trabalhar por falta de reconhecimento
Às vezes canso de sorrir por falta de alegria
Às vezes canso de chorar por achar que não vale a pena
Às vezes canso de brigar por falta de forças
Às vezes canso de beijar por falta de paixão
Às vezes me canso de muita coisa mesmo, mas ainda não cansei de recomeçar.
sábado, 7 de março de 2009
Jacó: o padrão da espiritualidade atual
Olhando para as igrejas atuais, percebo alguma semelhança com as atitudes de Jacó. Sei muito bem, que Jacó nunca foi um indivíduo exaltado nas igrejas, muito pelo contrário sua fama sempre foi ruim, e nunca ouvi uma pregação que o exaltasse. Mas infelizmente nossas atitudes continuam sendo parecidas com as atitudes desse homem.
Eu sempre vi Jacó como alguém que recebeu o nome de suplantador (levar vantagem em tudo, ser superior, dominar, humilhar) um verdadeiro enganador. A história de Jacó foi a de um homem que sempre brigou a sua vida inteira.
Jacó cresceu ouvindo seu pai falar sobre um Deus todo poderoso, que haveria de abençoar o filho primogênito, que cumpriria as promessas dadas na vida do filho quando ele o abençoasse. Jacó era o que podemos chamar de filho de crente, criado num lar cristão com ensinamentos cristãos.
Dessa forma Jacó aprendeu que havia um padrão pré-estabelecido para que a benção o alcançasse, que algumas atitudes suas poderiam mudar o curso da história, que se as regras fossem seguidas Deus estaria com ele. E foi nessa busca que Jacó focou sua vida buscando a máxima aproximação de Deus através de ações premeditadas.
E analisando bem, não tem sido isso os ensinamentos das igrejas?
Quantas regras de comportamento são nos dadas para que venhamos a caminhar mais perto de Deus, quantos crentes cheios de conceitos e regras vivem dentro das igrejas, achando que o seguimento de determinadas normas de condutas o levarão a um nível de espiritualidade maior. Quanto planejamento da vida espiritual é realizado como se planeja uma carreira executiva. Quantos obreiros são consagrados porque se comportaram conforme o padrão da denominação durante determinado período de tempo.
Todos esses conceitos criados para se estar mais perto de Deus foram feito também por Jacó, que apenas seguiu as regras para se tornar mais espiritual, seguiu para ser um “obreiro” na igreja, seguiu para avançar na escala de espiritualidade. Quanto tempo nós perdemos seguindo regras criadas não sei por quem para nos tornarmos mais espirituais aos olhos humanos.
Vivemos no tempo da graça ou no tempo da lei? Se a graça é um favor imerecido de Deus, o que posso fazer para agradá-lo? Não existe absolutamente nada que o homem por si só possa fazer que consiga agradar a Deus seguindo determinadas regras, era pra isso que a lei servia, para provar a incompetência humana. Mas infelizmente iniciou-se um evangelho “homocêntrico”, onde tudo parte do homem, tudo é para o homem, e Deus passou a ser conseqüência de tudo o que vivemos. Porque falamos do céu como um alvo a ser alcançado e não como conseqüência de um relacionamento que teremos com Deus.
E assim vamos vivendo um evangelho segundo Jacó.
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